Caros alunos.
Postamos a primeira página do Diário de MinLit (Aula 3).
Este Diário é o registro de nossas atividades na disciplina deste semestre: Literatura mineira: cultura e identidade.
A proposta é que esta primeira postagem receba a contribuição de todos, através da inserção de frases no corpo do texto ou de comentários que agreguem a perspectiva abrangente da turma.
O espírito que orienta a criação do blog é a necessidade de se acompanhar a pulsação do que acontece na sala de aula.
Um modelo próximo da composição dos textos pode ser o da enciclopedia Wikipedia.
E outras formas de invenção.
Mãos à obra.
Luiz Fernando Medeiros.
Iniciamos a aula com a reflexão de Derrida sobre o que é poesia. Neste artigo-entrevista, intitulado O que é poesia?, Derrida mostra a trajetória do filósofo em direção à arte do poema, sem dizer sobre, sem dissertar sobre, evitando o modo discursivo que se estrutura através do dispositivo S é P. Várias passagens são muito importantes nesse texto , sobretudo aquelas em que escreve que o poema é uma inscrição da paixão de uma marca singular. E que pressupõe que a memória foi desamparada. A condição do poema é fazer a travessia da criação e da leitura sem garantia , correndo o risco do acidente.
A partir destes descritores entramos no texto de Drummond, para olhar o modo como o poema lida com o passado, interpretado como um arquivo móvel.
O primeiro poema escolhido foi Paisagem: como se faz. Começamos a comentar o título que é um tipo de procedural, um gênero lingüístico. Parece que o poema vai ensinar a fazer uma paisagem.
Em seguida comentamos o primeiro verso . E fomos mostrando como o poema constrói-se através de paradoxos, de formulações aporéticas, de transformações, até chegar a inverter o olhar do sujeito lírico, e operar um transformação do ser que olha em ser olhado e bovino, um ruminante integrante da paisagem.
Este poema suscitou várias declarações, por parte dos integrantes da turma, sobre gostar ou não gostar de poesia.
Em seguida fomos para a leitura de um outro poema, situando-o no contexto da obra: Viagem na família. Neste poema mostramos que a sua estruturação se faz em torno da conversa com o fantasma do pai, entre a provocação para que o pai fale e sua mudez. Destacamos nessa insistência uma singularidade modernista: a repetição sem vírgulas do vocábulo “Fala” e o seu correlato opositivo “Porém nada dizia”. A síntese do poema está na expressão “abraço diáfano,” criação poemática para realiza a cena em literatura do encontro com um fantasma.
Terminamos a aula comentando o slogan I like Ike (da campanha política de Eisenhower), analisada por Jakobson como demonstração de que as agências também se valem na propaganda da materialidade da função poética, com um trabalho sobre a camada sonora da mensagem.
Quando esteve no Brasil, no final dos anos cinquenta, em visita oficial, Eisenhower deparou-se com a seguinte faixa en um dce carioca: "We like Fidel", rs...
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